sílfide
um poema para um anônimo do curious cat
entre o céu e o mar
a ilusão da linha
faz com que acreditem
noutro lugar, na borda do abismo
no chão, seus riscos separam
quem pode e não, onde
o preço é mais alto, qual
o lado da escassez, do outro
como se o limite
não fosse passagem
sua imaginação traçada
com sangue na terra
o território
seguro, soberano
cada vez mais débil,
imóvel de tanto medo
sem entender o movimento
o humano quer saber
quem autoriza o vento
sem se dar conta
de que sendo fluidez
sua fronteira me afronta
e atravesso todas sempre
simplesmente porque posso.
fev/19
Resolvi pedir no twitter que usassem o curious cat para sugestões ou provocações que rendessem poemas e um gato curioso mandou o koan:
quem autoriza o vento a cruzar a fronteira? Eis aí o poema resposta, obrigada, anônimo.